Sua versão do navegador está desatualizado. Recomendamos que você atualize seu navegador para uma versão mais recente.

 

Pedimos desculpas pelo incoveniente

Postado 2016/11/18

Devido a um ataque em nosso site, tivemos nosso site bloqueado. Aos poucos estaremos incluindo de volta todo o conteúdo do site, agradecemos a preocupação por ter saído do ar e sua compreensão.

A mais bela flor 



O estacionamento estava deserto quando me sentei para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria: 

- Veja o que encontrei: 

Na sua mão uma flor, e que visão lamentável, pétalas caídas, pouca água ou luz. Querendo me ver livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e me virei. Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa: 

O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei; ei-la, é sua. A flor à minha frente estava morta ou morrendo, nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá. Então me estendi para pegá-la e respondi: 

- O que eu precisava. 

Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem

 qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez,

que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.

Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram ao sol enquanto

lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim. 

- De nada, ele sorriu. 

E então voltou a brincar, sem perceber o impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU. E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciei cada segundo que é só meu. E então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela rosa, e sorri enquanto via aquele garoto, com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade.

Compartilhar na mídia social


Conteúdo